90 anos depois da partida de Francisca Gonzaga, sua resiliência, talento e, principalmente, legado são essenciais para compreender as dinâmicas violentas de uma sociedade que tenta nos silenciar e rasurar a trajetória dos heróis que não estão nas “narrativas oficiais”.

Como nos ensina bell hooks: “lembrar é ter poder”. Mas do que poder, fazer o exercício de revisitar o passado é resgatar, dos rodapés da história, as trajetórias dos que foram punidos com o silêncio e sentenciados a pior das mortes: o esquecimento. Por isso, quando tive contato, pela primeira vez, com a obra de Francisca Gonzaga, entendi que mais que revisitar o seu legado, eu precisava olha-la a partir de outro lugar, um lugar em que as características que a tornam tão sublime não sejam ofuscadas pelos preconceitos que estruturam a sociedade e alijam o lugar essencial das mulheres na construção dos alicerces do país em todos os campos, inclusive na arte. Mais do que isso, eu precisava enxergar essa mulher em sua negritude, em sua ancestralidade, valorizando a sua linhagem materna e a sua herança cultural, elementos que certamente exerceram influência direta em sua concepção de mundo e na sua criação artística. Há muitas lacunas em sua história, algumas das quais foram brilhantemente preenchidas pela biógrafa Edinha Diniz que, 1984, lançou a primeira edição da biografia Chiquinha Gonzaga: Uma história de vida. O livro, que não é a primeira incursão biográfica sobre a compositora, abre portas, ou melhor, escancara as portas que as outras produções deixaram trancadas e nos apresenta uma mulher que enfrentou, entre tantas coisas, o escarnio da própria família.
Por contrariar as normas, nossa personagem foi declarada morta pelo pai, que decretou seu nome impronunciável quando ela abandonou o lar. Tal maldição funcionava como uma espécie de pacto de silêncio, proposto e aceito entre a família, os agentes da memória e até a Igreja-pacto com o qual esbarrei na tentativa de revelar-lhe uma identidade mais completa.
Edinha Diniz em ‘Chiquinha Gonzaga: Uma história de vida‘ (1984)
A Francisca que Edinha Diniz nos apresenta escolheu a música ao invés do casamento e viveu o amor com liberdade, com entusiasmo. O que tentaram esconder é o que a torna, de fato, uma “mulher contemporânea” e uma artista atemporal. Quem poderia imaginar que a criança, terceira filha de Rosa de Lima Maria, mulher negra que recebeu a alforria na pia batismal e José Basileu Neves Gonzaga, pertencente a uma família proeminente do Império, se tornaria a Chiquinha Gonzaga? A menina que venceu a morte e foi batizada com o nome da Santa do mês foi obrigada, aos 16 anos, a se casar com Jacinto Ribeiro do Amaral, membro da marinha e sócio do Barão de Muá, um dos homens mais ricos da época. Era um enlace que, aparentemente, traria para ela tudo que era reservado à uma dama e, inclusive, o peso de um sobrenome que alavancaria a menina bastarda ao cargo de esposa e senhora em uma sociedade que entendia o casamento como um bom negócio. O amor era para as tolas e ficava em segundo plano. O único consolo para a maioria dessas moças era a música. O piano era um dos instrumentos mais populares no Rio de Janeiro, que chegou a receber o apelido de Pianópolis, dada a quantidade de notas dissonantes que circulavam no ar carioca. Tamanha popularidade se dava, principalmente, pelo fato de o instrumento integrar parte fundamental da educação das moças das classes mais abastadas. Elas aprendiam francês, latim, alguma noção de cálculos e aprendiam os rudimentos de música necessários para entreter as salas de suas casas, em saraus íntimos. Jamais poderiam se apresentar em público ou mesmo viver como artistas. Muitas delas, porém, chegavam a compor canções como amadoras, mas nada além disso. Quando casou com Jacinto, Francisca ganhou de presente do pai um piano e era ali, junto às teclas de marfim, que aliviava o peso de um casamento a que estava presa por convenção. Queria seguir o sonho da música, viver da arte, mas tal coisa não seria possível para uma mulher. Seu marido, furioso, chegou ao nível de arrastá-la, com o filho pequeno, para a guerra do Paraguai. O Navio São Paulo, que pertencia a Jacinto e a seu sócio, foi responsável por transportar armas, mantimentos e soldados para o front. Mas não quaisquer soldados. Os homens a bordo eram os chamados “voluntários da pátria”, homens escravizados que eram arrastados para a guerra com a promessa de receber alforria, caso sobrevivessem. Vítimas da ganância do Império e da covardia dos senhores, que mandavam seus escravizados para a guerra, mas não sacrificavam a vida dos próprios filhos em prol da pátria. A viagem durou muito tempo, mas não aplacou o desejo de Francisca pela música, muito menos ajudou a melhorar o casamento. O marido lhe deu um ultimato: “Você precisa escolher: eu ou a música?” . A resposta, firme e direta, era o início de uma vida desenhada para o sucesso: “Pois, senhor meu marido, eu não entendo a vida sem harmonia”.
Atraente e outras canções
Ao escolher a música, Francisca abriu mão do casamento que garantia, para além do respeito da sociedade, o amparo financeiro. Socialmente rechaçada por sua condição de divorciada, precisou encontrar meios de sobrevivência e decidiu dar aulas em casa, conciliando com a vida artística.

Em 1877, lança a polca Atraente, primeira música que compõe para vender e que alcança surpreendente sucesso. Edinha Diniz levantou cerca de 15 edições da música e eu, ano passado, descobri uma 20ª edição, o que crava, ainda mais, o êxito alcançado por uma canção composta por uma mulher a quem os jornais classificavam como amadora.

A música de Francisca começa a chamar a atenção, principalmente, pela originalidade e pela habilidade com que ela conseguia entrelaçar os ritmos de origem europeia, então em voga no país, com elementos herdados das manifestações de negros no meio urbano carioca. As ruas estavam inundadas de sons e dança, já que a sociedade daquele período passava por uma grande transformação e a presença de escravizados no meio urbano era cada vez maior. Pregoeiros vendiam seus produtos de porta em porta e usavam pequenas cantigas com rimas para atrair a atenção dos clientes. Quituteiras e trabalhadores usavam a música como válvula de escape para o peso do trabalho forçado. Os ritmos diversos estavam em todos os lugares e ela, como uma arguta observadora, os integrava ao seu trabalho, dando início ao que hoje chamamos de Música Popular Brasileira. Como pianista, ela integrou o Choro do Callado, grupo fundado pelo flautista e compositor Joaquim Callado, considerado o pai do choro. Ela era o que chamavam de pianeira, nome recebido por pianistas que integravam grupos populares e não tinham conhecimento formal de teoria musical. A maioria deles tocavam de ouvido, adaptando às músicas de acordo com o que conheciam do instrumento, muitas vezes improvisando e foi daí que nasceu um dos gêneros mais populares do Brasil. O choro nasce do diálogo pungente entre a música importada da Europa e que inundava os salões da alta sociedade brasileira e as canções produzidas por grupos de músicos populares, em sua maioria negros.
O Teatro de Revista e a militante Chiquinha Gonzaga
Por volta da década de 80 do século XIX, Francisca passa a compor para o chamado Teatro de Revista, espaço propício para a divulgação dos trabalhos de artistas populares, principalmente por seu caráter acessível, vendendo ingressos a preços baixos e permitindo que uma camada menos abastada pudesse frequentar espaços de cultura. É interessante pensar no movimento que a criação desses espaços provocou no Brasil, que passava por drásticas transformações sociais e, principalmente, políticas. A questão da escravidão começava a pesar mais do que nunca e já não parecia aceitável aos olhos da maioria. A movimentação de grupos abolicionistas incluía, inclusive, intervenções artísticas, saraus e apresentações teatrais para angariar a simpatia das camadas mais populares e proporcionar seu engajamento na causa, pressionando, cada vez mais, o governo. José do Patrocínio foi um dos principais agentes de promoção desses eventos e Francisca participou ativamente, oferecendo sua força de trabalho e sua arte. Paralela à sua produção para o teatro, continuava a compor músicas para venda em estabelecimentos musicais do período e alcançava cada vez mais popularidade, consolidando-se como uma compositora respeitada e aplaudida. Aproveitando-se disso, engajou-se em muitas causas importantes de seu tempo, incluindo o movimento Republicano. Foi presa ao compor uma música que contrariou os brios do então presidente Floriano Peixoto e, em 1914, foi parte indireta na derrocada de Hermes da Fonseca da presidência. Sua canção, o Corta-Jaca, foi tocada no Palácio do Catete, ao violão, pela primeira dama Nair de Teffé. O episódio rendeu um discurso inflamado de Ruy Barbosa e a indignação do povo, que batizou o presidente de “Dudu do Corta-Jaca”. Foi uma das primeiras mulheres a reger uma orquestra e a primeira a reger uma orquestra de violões ao homenagear o maestro Carlos Gomes. Atuou fortemente nas artes não apenas compondo canções atemporais, mas sendo parte importante no estabelecimento de uma visão menos preconceituosa do fazer artístico. Em 1917, fundou a Sociedade Brasileira de Autores Teatrais-SBAT, um dos mais antigos órgãos de proteção aos direitos autorais e de divulgação de artistas teatrais, marco importante na história do teatro nacional e da música.
A mulher que teve que superar tantos preconceitos, foi pioneira ao compor, em 1899, a marcha Ó Abre Alas, inspirada no andamento do Cordão Rosa de Ouro e primeira canção exclusivamente produzida para o carnaval. Os versos que, há 126 anos, abrem as portas para a festa de Momo, tornaram-se a raiz do gênero que só veio a popularizar-se 17 anos depois. Ela não chegou a assistir à expansão da festa popular que consagrou a sua canção, já que morreu em 28 de fevereiro de 1935, às portas do carnaval em que os desfiles de rua foram oficializados e que daria origem a uma das maiores festas populares do mundo.
90 anos depois de sua partida, sua resiliência, talento e, principalmente, legado são essenciais para compreender as dinâmicas violentas de uma sociedade que tenta nos silenciar e rasurar a trajetória dos heróis que não estão nas “narrativas oficiais”. É preciso lembrar e, principalmente, não permitir que “o silêncio que costuma punir os transgressores” volte a pairar como um fantasma sobre as nossas cabeças.
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L’importanza del Bilanciamento: Precisione e Performance con Balanset-1A
Nel panorama industriale moderno, l’efficienza e l’affidabilità dei macchinari rotanti sono cruciali per garantire la produttività e la redditività. Vibrazioni eccessive, causate da squilibri di massa, possono compromettere significativamente le prestazioni, ridurre la durata dei componenti e aumentare i costi di manutenzione. Un’adeguata procedura di bilanciamento è quindi essenziale per ottimizzare il funzionamento delle macchine e prevenire guasti prematuri.
Cos’è il Bilanciamento e Perché è Fondamentale?
Il bilanciamento è il processo di compensazione degli squilibri di massa in un rotore rotante. Ogni rotore, per quanto accuratamente prodotto, presenta inevitabilmente delle imperfezioni nella distribuzione della massa. Durante la rotazione, queste imperfezioni generano forze centrifughe che si traducono in vibrazioni. Le vibrazioni eccessive non solo compromettono la precisione e la qualità del lavoro svolto dalla macchina, ma possono anche danneggiare i cuscinetti, gli alberi e altri componenti critici, portando a costosi fermi macchina e riparazioni.
Un rotore bilanciato, al contrario, ruota in modo fluido e silenzioso, minimizzando le vibrazioni e le sollecitazioni sui componenti. Questo si traduce in una maggiore efficienza energetica, una maggiore durata dei componenti e una riduzione dei costi di manutenzione. In definitiva, il bilanciamento contribuisce a migliorare la qualità del prodotto finito e ad aumentare la produttività complessiva dell’impianto.
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