Anne Lafont estreia na Flipelô com conferência poderosa sobre arte e raça

A premiada escritora francesa apresentou um pouco de suas conclusões sobre a obra “Retrato de uma Negra” na Festa Literária Internacional do Pelourinho.

Anne Lafont, Michel Colin e Elisangela da Silva (da esquerda para a direita) na Festa Literária Internacional do Pelourinho (Foto: Revista O Odisseu)

Ontem, 10/08, houve o início oficial das mesas e debates na Festa Literária Internacional do Pelourinho, a Flipelô. Uma das principais atrações foi a escritora francesa Anne Lafont, autora do livro “Uma Africana no Louvre” (Bazar do Tempo) que esteve pela primeira vez em Salvador para conferência.

A mesa foi uma realização da Fundação Casa de Jorge Amado, que organiza a Flipelô, com apoio da Embaixada da França no Brasil e do Consulado da França em Recife. A mediação foi da professora Elisangela da Silva e a tradução foi de Michel Colin.

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Anne Lafont levou público baiano a discutir arte na Flipelô

Antes mesmo das 11h da manhã, horário que iria começar o evento, o hall do Museu Eugênio Teixeira Leal já estava com fila para entrar no auditório onde a escritora francesa iria ministrar a conferência. Assim que as portas foram abertas, o público tomou os assentos para ouvir com atenção a conferencista.

Anne chegou com simpatia e antes mesmo de subir ao palco conversou com alguns participantes na plateia. Após feitas as apresentações, começou a palestra que levaria cerca de 1 hora. O seu objetivo era apresentar algumas conclusões do livro “Uma Africana no Louvre”.

Para isso, fez uma pequena introdução sobre a autora, sobre a arte da virada do século XVIII para XIX, mas logo deu foco ao objeto da sua tese: tirar a artista de cena para falar da modelo e da representação negra na arte. Assim, fez um panorama sobre outras representações de mulheres negras na arte e até mesmo mencionou a obra “A Negra”, de Tarsila do Amaral.

Ao fim, o público pôde fazer algumas perguntas à autora que se mostrou bem empolgada em respondê-las. A mesa terminou com uma sessão de autógrafos e de fotos.

Para a professora Elisangela da Silva, mediadora da mesa, receber Lafont foi uma surpresa e um privilégio:

Para mim foi uma surpresa ser convidada, mas foi uma experiência muito interessante e enriquecedora, tanto do ponto de vista humano quanto do ponto de vista humano, quanto do ponto de vista cultural e intelectual. No contexto atual e no contexto de Brasil, é super interessante receber a Lafont, ainda mais no contexto de Salvador, uma cidade que tem a sua população negra em massa. Anne Lafont traz uma discussão sobre a importância da mulher desde a época colonial e pós-colonial, trazendo a reflexão de como essa mulher era vista. E traz uma reflexão para nós, mulheres, de qual o nosso papel na história e como precisamos nos portar e encarar os desafios.

Elisangela da Silva, professora e mediadora da conversa com Anne Lafont

Quem é Anne Lafont

Escritora Anne Lafont na Flipelô (Foto: Revista O Odisseu)

Lafont é professora e pesquisadora na École des Hautes Études en Sciences Sociales, em Paris. É também historiadora da arte francesa. Chegou a realizar estudos no Institute National d’Historie de l’Árt.

Como escritora, o seu principal livro até então é o “L’art et la race: L’African contre l’oeil des Lumières”, que se debruça sobre arte e raça no contexto do Iluminismo. A obra venceu os prêmios Arnold Blokh e Maryse Condé.

A programação da Festa Literária Internacional do Pelourinho segue até o domingo dia 13! Confira toda a programação no site.

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