A preciosidade de “Vamos falar de relações raciais?”, de Cidinha da Silva

Vamos falar de relações raciais?, de Cidinha da Silva, é uma leitura valiosa e essencial, que todos nós precisamos conhecer, estudar e compartilhar.

Cidinha da Silva, autora de ‘Vamos falar de relações raciais?’ – Foto: Nuno Biazzo (Divulgação).

Num país de herança escravocrata e eugenista, Vamos falar de relações raciais?, de Cidinha da Silva (@cidinhadasilvaescritora) é um precioso documento. Lançamento recente da Autêntica Editora (@autenticaeditora), revela, como o próprio título indica, as nuances das relações raciais no Brasil, onde há a maior população negra fora do continente africano e onde um jovem negro morre de forma violenta a cada 23 minutos (Fonte: Mapa da Violência da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais), – informações contidas no livro.

Problematizando o tema com maestria, a obra, que é composta por vinte e sete crônicas, é perfeitamente desconfortante e convenientemente provocativa: mais do que um chamamento à reflexão, é um chamamento à ação. Abordando temas como o branqueamento, a violência policial, as cotas raciais, as desigualdades sociais, o racismo e as intolerâncias religiosas, a autora nos leva a refletir e a debater sobre os textos e, principalmente, a pensar na relação entre os acontecimentos narrados e a condição de vida da população negra. Antes mesmo de finalizar o livro, o leitor é convocado a estar engajado, a compor a luta antirracista e a fazer a sua parte para que haja o cumprimento dos direitos fundamentais.

Buscando ampliar as análises, a obra conta com QR codes que direcionam o leitor a expandir seus conhecimentos e análises, sugerindo músicas, podcasts, exposições, documentários e outras crônicas. Os textos contidos no livro também evidenciam as histórias e as trajetórias de importantes personalidades negras, como Maria Felipa de Oliveira, Carolina Maria de Jesus, Lélia Gonzalez, Sueli Carneiro, Luiz Gonzaga e Itamar Vieira Jr. Nele, a escritora também discute casos de violência e de assassinato de pessoas negras, como os casos de Moïse Kabagambe, do menino Miguel Otávio e de João Pedro. A afetividade entre casais negros e para com as mulheres negras também são assuntos salientados na crônica Michele e Obama.            

Não é mais possível adiar a necessidade de enfatizarmos e de discutirmos essas temáticas. A necessidade do debate vem acompanhada da urgência de, gradativamente, destruirmos o racismo, e esta é uma luta de todos nós. É através de uma escrita fluida, sensível e muito potente que Cidinha da Silva propõem caminhos para a análise da conjuntura da vida dos negros no Brasil, ressaltando a ancestralidade como a fonte de força e de resistência:

“A conexão perene com a ancestralidade permite a nós, povos negros e indígenas, acessar tecnologias de produção de infinitos que geram encantamento, driblam a morte e nos mantêm vivas e fortes” (p. 138).

Vamos falar de relações raciais? é uma leitura valiosa e essencial, que todos nós precisamos conhecer, estudar e compartilhar.

Leia Também: ‘A Pequena Keruaka’, de Thaís de Almeida Prado, e a união para a preservação da natureza.

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‘Vamos falar de relações raciais?’
Editora Autêntica, 2024.

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