A Academia Sueca anunciou nesta manhã que o dramaturgo norueguês é o novo laureado do Prêmio Nobel de Literatura 2023. Conheça mais da sua obra aqui!
Temos entre nós um novo Prêmio Nobel de Literatura: o norueguês Jon Fosse, autor de prosa, ensaios e principalmente dramaturgia. De acordo com a Academia Sueca, o prêmio foi concedido por “suas inovadoras peças e prosas que deram voz ao indizível”. Anteriormente, o autor já era considerado um favorito para o pleito, chegando, inclusive, a figurar na lista dos cinco mais prováveis a ganhar o prêmio em 2023.
Leia Mais: Haruki Murakami recebe o Prêmio Príncipe de Astúrias 2023
A vida e obra de Jon Fosse
Apesar de não ser tão conhecido no Brasil (assim como alguns dos últimos vencedores do Prêmio Nobel de Literatura), Fosse é um dos nomes mais importantes da dramaturgia contemporânea. Frequentemente, ele é apontado como o ‘Samuel Beckett norueguês’ do século XXI. Ao longo de sua carreira de mais de quatro décadas de atuação, o dramaturgo escreveu mais de 40 peças.
Para quem não conhece, Jon Fosse nasceu na Noruega no ano de 1959 e consolidou sua carreira a partir da década de 1980. Seu grande destaque é a dramaturgia, mas o autor também se destacou na prosa e no ensaio, com projetos tanto para o público adulto quanto infantil.
Entre as principais características da obra de Fosse, certamente está o minimalismo na estrutura do texto. Isso porque as peças de Fosse possuem diálogos curtos, apresentam uma linguagem simples e também um uso econômico das palavras. No caso, o autor busca trazer profundidade naquilo que não é dito, nos sentimentos dos personagens.
Dessa forma, é muito preciso que a Academia Sueca delimite o prêmio, pois o autor consegue ‘dar voz ao indizível’, visto que, de fato, pouco é ‘dito’ na forma verbal de Fosse, embora muito seja dito sobre os sentimentos dos personagens
Publicações no Brasil
No ano passado, a vencedora do Prêmio Nobel de Literatura, Annie Ernaux, já tinha uma casa editorial no Brasil, o que impediu a comum corrida das editoras para traduzir os novos laureados (por vezes desconhecidos no Brasil). No caso, Ernaux já era publicada pela Editora Fósforo, que segue com o catálogo da francesa.
Este ano, algo semelhante acontece. Isso porque Fosse já é autor da Companhia das Letras. Mais precisamente, ele é um autor recente na casa. O romance “É a Ales” saiu pela editora este ano, e antes mesmo do Nobel, já havia programação de publicação inédita para o mês de outubro
O romance “É a Ales” conta a história de uma mulher que foi abandonada sem maiores explicações pelo seu marido. Ao longo do livro, encontramos memórias da vida do casal e também um retorno às origens de seu marido, Asle, e o leitor chega a conhecer o trisavô de Asle. Trata-se, portanto, de um romance que fala sobre as raízes familiares e a importância dos antepassados para a nossa construção pessoal.
Anteriormente, a Editora Tordesilhas também já havia publicado outro título do autor no Brasil, o romance “Melancolia”, que atualmente está esgotado, podendo ser encontrado apenas em sebos.