VOL. 4, N 21/FEVEREIRO/ 2025: Entre o passado e o futuro: os clássicos

é necessário defender a seguinte ideia: o clássico nada mais é do que uma ponte que conecta a tradição que o engendrou à possibilidade de inovação situada no interior de seus contornos — uma ponte localizada entre o passado e o futuro. Daí quererem dizer os “especialistas” de plantão dessas produções que são certamente clássicas que a passagem por eles é “obrigatória”: a única questão que esquecem com frequência é que a obrigatoriedade do clássico não advém de uma força extrínseca a si mesmo e que visa coercitivamente submeter aqueles (a quem isto é possível) um encontro forçado com esta magnânima produção, mas uma obrigatoriedade que convida e seduz para dentro de si por mera virtude do que tem a oferecer: longe de nós, portanto, querer definir aquilo que é canônico e, desse modo, registrado nos livros oficiais como clássico, tampouco a sanha de situá-lo d’algum modo no campo do que é contemporâneo — clássico é qualquer coisa que conecte o distante eco de uma memória já obscura ao burburinho incessante de uma antecipação ansiosa.

  • Trecho do editorial “Entre o passado e o futuro: os clássicos”, de Caio Paiva Ribeiro

Expediente

Carol Antunes – Editora Chefe
Ewerton Cardoso – Editor Chefe
Pedro Henrique Rodrigues – Editor Chefe
Caio Paiva Ribeiro – Editor
Aline Félix – Editora